‘TERÇA CULTURAL’: 21 DE MARÇO

‘Terça Cultural’ aborda a valorização da vida
Médica recorre aos cuidados paliativos para desmistificar a morte e mostrar que vale a pena viver melhor
‘Terça Cultural’ aborda a valorização da vida
Data: 21 de março, terça-feira
Horário: 19h30
Local: Teatro Oromar Moreira, sede da Associação Médica de Minas Gerais (Av. João Pinheiro, 161, Centro, Belo Horizonte)
Inscrições: tercacultural@ammgmail.org.br ou pelo telefone (31) 3247 1619
A primeira edição do ano do projeto ‘Terça Cultural’ traz, para a capital mineira, a geriatra formada em cuidados paliativos Ana Cláudia Quintana Arantes. Com a palestra ‘A morte é um dia que a vale a pena viver’, no dia 21 de março, às 19h30, na sede da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), a especialista contará suas experiências com pacientes graves e com risco de morrer. O objetivo é falar da importância da valorização da qualidade de vida e a desmistificação da morte.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 40 milhões de indivíduos no mundo precisam de cuidados paliativos. Em 2002, a OMS definiu este tipo de assistência como sendo um conjunto de ações com uma abordagem ou tratamento que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares, diante de doenças que ameacem a continuidade de sua existência.
Metade das pessoas que recebe esse cuidado já se encontra em fase final de vida, enquanto a outra está com a doença em curso. Entre as condições mais comuns encontram-se as doenças cardiovasculares (39%), pulmonares (34%), câncer (10%), HIV/Aids (6%), entre outras. Conforme pesquisadores, apesar de a necessidade ser grande, para a maioria das pessoas, alguma intervenção já traria benefícios. Cerca de 5% a 10% precisam de cuidados extremamente especializados, mas para 60% a 70%, intervenções básicas já seriam suficientes. No entanto, somente 14% da população é assistida, enquanto 86% não têm nada e morrem com dor e sofrimento.
Na avaliação de Ana Cláudia Quintana Arantes, as doenças se repetem nas pessoas, mas o sofrimento é único. Segundo ela, o cuidado paliativo trata do sofrimento humano em cinco dimensões: física; emocional; social; familiar; e espiritual. “São os tons do sofrimento”, explica. A geriatra reitera que, no Brasil não há um controle sobre a aplicação e a aceitação das medidas paliativas, porque o conhecimento técnico ainda é inferior à demanda. “O médico precisa estar cada vez mais tecnicamente preparado. Por meio da medicina baseada em evidências – quando encontramos um mesmo resultado tratando vários pacientes – temos condições de oferecer melhor qualidade de vida.”
Em sua palestra, a especialista conta que o profissional de medicina e de outras áreas da saúde que lidam com o cuidado paliativo não fazem apologia à morte, mas dão mais valor à vida. “Ouvir é o melhor que o médico pode fazer com o paciente nesse tipo de assistência. Considero que sem informação, sem conversar sobre morte, com os doentes e familiares, a chance de ter um bom cuidado é praticamente nenhuma”, conclui.
O projeto ‘Terça Cultural’ é uma iniciativa da diretoria científica da AMMG. Mais informações: tercacultural@ammgmail.org.br ou pelo telefone (31) 3247 1619. Necessária Inscrição prévia.