A Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) promoveu, dia 17 de junho, na sede da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), o Fórum ‘Parto respeitoso ou violência obstétrica?’.
O evento propôs um debate sobre a utilização do termo ‘violência obstétrica’ que, segundo as entidades médicas, estimula o embate e o conflito e não propicia um ambiente adequado para a assistência obstétrica no Brasil e no mundo".
O representante do Conselho Federal de Medicina (CFM), Hermann Alexandre Tiesenhausen, reforçou que o Conselho também repudia o termo. Para a autarquia, esta denominação não agrega nenhum valor. “Temos que nos posicionar para além da nomenclatura, visando um parto seguro em condições adequadas.”
A presidente da AMMG, Maria Inês de Miranda Lima, disse que o tema é delicado, que houve avanços, mas que é preciso um posicionamento firme de todos os presentes no evento. “Temos que nos entender como uma orquestra. Sabemos como é essencial uma prática que proporcione uma assistência de qualidade, um momento menos romantizado e mais seguro.”
A coordenação do evento foi da diretora de Valorização e Defesa Profissional da Sogimig, Inessa Beraldo de Andrade Bonomi. Ela acrescentou que as definições precisam ser esclarecidas e não podem ser generalizadas. “Fazer uma cesariana, uma episiotomia, não significa abuso. É preciso avaliar cada condição de forma individual. A mulher já carrega muitas culpas e precisamos trabalhar para minimizar as condições desfavoráveis a ela, principalmente neste momento tão importante da sua vida.” Bonomi comunicou, ainda, a elaboração de um documento de consenso assinado por todos os participantes do Fórum.
Também participaram do encontro o representante da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Carlos Henrique Mascarenhas, a presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM MG), Cláudia Navarro, o diretor-adjunto de Defesa do Exercício Profissional da AMMG, Marcelo Versiani, a presidente da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras de Minas Gerais (Abenfo), Juliana Maria Almeida do Carmo, a representante do Gruo Mulheres do Brasil, Eliane Tameirão Pires, a presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas), Kátia Rocha, a coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate á Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (CAOVD), Patrícia Habkouk, e a representante do Movimento Mulheres Olga Benário, Verônica Leite.
Fotos: Arnaldo Athaíde/AMMG