A Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO) alerta a população para o cuidado necessário com as terapêuticas oferecidas no mercado, que prometem a cura de doenças oftalmológicas por meio de métodos duvidosos.
O vice-presidente da SMO, Luiz Carlos Molinari, explica que as doenças oculares precisam ser identificadas por meio de diagnóstico médico, com aparelhos e exames específicos, em muitos casos, e que enfermidades como catarata, glaucoma, retinopatia diabética, degeneração macular e ceratocone, por exemplo, para citar apenas algumas, precisam de cirurgia e/ou tratamento clínico, na maioria das vezes, e acompanhamento profissional rigoroso. “É um absurdo que nos dias atuais apareçam propostas que prometam a autocura dos olhos.” Molinari acrescenta que a divulgação como a do método Meir-Schneider-Self-Healig é um perigo para as pessoas, sem embasamento científico ou comprovação de resultados. “A técnica oferecida é de 1912 e propõe exercícios para os olhos e a cura por meio de massagens e yoga. Considero autopromoção e charlatanismo.”
Hoje, no Brasil, há mais de 1,2 milhão de cegos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre 60% e 80% dos casos de cegueira são evitáveis e/ou tratáveis. Isso significa que quase 700 mil brasileiros que são cegos poderiam estar enxergando se tivessem recebido tratamento adequado e em tempo hábil. Por isso, o acesso ao atendimento médico oftalmológico é decisivo para alterar as condições de saúde ocular do povo brasileiro.
Segundo o especialista, o olho é uma estrutura delicada, sem condições de criar mecanismos de cura espontânea, agravando a complexidade dos casos com o tratamento tardio, o que pode levar, até mesmo, à cegueira. “Nossa entidade irmã, do Paraná, assertivamente entrou com ação civil pública contra a profissional responsável pela propagação do referido método no Brasil, Tatiane Gebrael, que relata ser terapeuta ocupacional, para que ela suspenda a oferta de tratamentos para patologias oculares sem um mínimo de evidência científica e não coloque a visão das pessoas em risco.” A SMO reforça a importância dos oftalmologistas para: diagnosticar, prescrever tratamento, acompanhar e orientar adequadamente a população quanto às suas necessidades oculares.