Dia 16 de outubro, às 20h, a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) reúne especialistas para o Estúdio AMMG, que terá como tema o Câncer de Mama. Com a chegada do Outubro Rosa, a entidade se mobiliza para alertar a população. Além de iluminar sua sede de rosa, o Estúdio, que é transmitido apenas pelo Workplace - rede social exclusiva da entidade, desta vez será veiculado também pelo Facebook da AMMG, com o intuito de levar informação para o público leigo.
Para o mastologista e secretário geral da AMMG, Gabriel de Almeida Silva Júnior, o diagnóstico precoce e a disseminação das informações sobre a doença são fundamentais. “Se forem atendidas rapidamente terão melhor prognóstico. Quando descoberta no início, a doença tem 95% de chance de cura”.
A diretora científica adjunta da AMMG, Luciana Costa, reforça a importância da temática no Estúdio AMMG com os altos índices da doença no país. “Segundo o Instituto Nacional do Câncer, os números são elevados, 59.700 novos casos, em 2018, dos quais mais de 14.388 resultaram em morte.”
Em 2018, a campanha liderada pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) por todo o Brasil trata da dificuldade de acesso das mulheres para conseguirem atendimento, desde o rastreamento para o diagnóstico precoce até o tratamento. Com o mote “+Acesso para Celebrar a Vida”, a Sociedade orienta que o primeiro obstáculo é a falta de informação sobre os locais onde é possível agendar consulta com o mastologista, assim como a realização de mamografia, biópsia e cirurgia, já que os sistemas de regulação dos estados são complexos e é preciso aguardar retorno. Para Almeida, o resultado é visto nos hospitais, com diagnósticos de tumores avançados.
Dados da SBM, em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia, concluíram que o percentual de cobertura mamográfica de 2017 nas mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é o menor dos últimos cinco anos. “Para se ter ideia, eram esperadas 11,5 milhões de mamografias e foram realizadas apenas 2,7 milhões, uma cobertura de 24,1%, bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”, divulgou a Sociedade.
Almeida afirma que vários estudos têm confirmado a importância da mamografia na redução da mortalidade pelo câncer de mama. “As entidades preconizam a realização da mamografia, anualmente, para todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade. Além dos exames, a adoção de hábitos saudáveis também contribui para a saúde da mulher: prática regular de exercícios, dietas pobres em gordura, combate a obesidade e aumento da cintura abdominal”.
Principais fatores de risco
- Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
- Sedentarismo;
- Consumo de bebida alcoólica;
- Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X);
- Primeira menstruação antes de 12 anos;
- Não ter tido filhos;
- Primeira gravidez após os 30 anos;
- Não ter amamentado;
O câncer de mama de caráter genético/hereditário corresponde a apenas 5% a 10% do total de casos da doença.
Sinais da doença na fase sintomática
- Caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor;
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
- Alterações no bico do peito;
- Pequenos nódulos na região embaixo das axilas ou no pescoço;
- Saída espontânea de líquido dos mamilos.
Tratamentos
O tratamento para o câncer de mama evoluiu nos últimos anos e deve ser discutido com o especialista para a melhor tomada de decisão. A mastectomia (retirada da mama) pode ocorrer em alguns casos, mas há possibilidades de tratamento local, com cirurgia e radioterapia, e o tratamento sistêmico, com quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.
O tratamento local vai atuar especificamente sobre o câncer, não afetando outras partes do corpo. Neste tipo, se enquadram: cirurgias para retirada do tumor em fase inicial e radioterapia para controle e prevenção da reincidência do câncer.
Já o tratamento sistêmico age diretamente na corrente sanguínea, atingindo as células tumorais do corpo inteiro. Neste tipo, se enquadram: quimioterapia, para a destruição, diminuição ou controle do câncer; terapia hormonal, para impedir os hormônios de aumentarem as células cancerígenas; e terapia-alvo, anticorpos que atuam nas proteínas presentes nas células tumorais.
Fontes:
- Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM)
- Instituto Nacional do Câncer (INC)