Hábitos de vida inadequados, sedentarismo, histórico familiar e diagnóstico tardio aumentam o número de mortes
O mês de setembro marca um alerta sobre o combate ao Câncer de Intestino, o terceiro mais comum entre os homens e o segundo entre as mulheres.
No Brasil, a campanha conhecida como ‘Setembro Verde’, apresenta dados alarmantes.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa para 2018 são: de 36.360 novos casos, sendo 17,380 em homens e 18.980, em mulheres.
De acordo com o presidente da Sociedade Mineira de Coloproctologia (SMC), Antônio Hilário Alves Freitas, fatores de risco como: ter mais de 50 anos de idade, parentes próximos com câncer de intestino, fumar, ingestão exagerada de bebidas alcoólicas.
Também são representam riscos comer excesso de carnes e embutidos tais como linguiça e salsicha e o sedentarismo colaboram para o desenvolvimento do câncer de intestino.
Segundo o presidente da SMC, a doença é tratável e, na maioria dos casos, curável, se detectada precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos.
“Se o pólipo é identificado e retirado antes de se malignizar, utilizando-se colonoscopia, o tratamento é minimizado, evitando-se cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Prevenção
A prevenção tornou-se fundamental para o controle da doença e deverá ser iniciada aos 50 anos ou antes, caso haja história familiar ou presença de pólipos em parentes de primeiro grau.”
O especialista destaca, ainda, que a pesquisa de sangue oculto nas fezes, a retossigmoidoscopia e a colonoscopia são considerados meios eficazes de detecção precoce. Esses são capazes de diagnosticar e remover pólipos adenomatosos colorretais, bem como tumores em estágios bem iniciais.
“No caso da colonoscopia, por exemplo, a remoção de pólipo por esse método pode reduzir em até 90% a incidência de câncer colorretal, em comparação com doentes que não realizam o exame.
A escolha do método de prevenção dependerá de vários fatores, como preferência do médico e da pessoa, disponibilidade e qualidade da tecnologia local. O mais importante é a adesão do paciente”, completa.
A realidade fora do país
Muitos países têm procurado criar uma política pública específica e eficaz para o enfrentamento do câncer colorretal.
Entretanto, mesmo em locais com mais recursos, que investem em estratégias apropriadas de prevenção e detecção precoce, há dificuldades na implementação e adesão do programa de rastreamento populacional.
Nos Estados Unidos, por exemplo, somente 60.8% dos adultos com mais de 50 anos estão inseridos em um programa de prevenção.
Segundo o presidente da SMC, o Brasil precisa de um programa nacional para o rastreamento de câncer de intestino que seja eficaz, com boa adesão, já que na prática o que existe são apenas campanhas regionais de conscientização da população, explica.