Setembro Amarelo: Prevenção ao Suicídio
Atividades abertas ao público, em Belo Horizonte, incluem sessões de cinema comentadas e caminhada
Todos os anos são registrados cerca de doze mil suicídios no Brasil e mais de um milhão em todo o mundo, de acordo com a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (Abeps). O Brasil é o oitavo país no ranking. Os dados são ainda mais alarmantes em relação aos jovens, morrem mais pessoas entre 15 e 29 anos do que o HIV, em todo o mundo.
Para alertar sobre um grave problema de saúde pública, dia 10 de setembro é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio por iniciativa da IASP (Associação Internacional de Prevenção do Suicídio) e aqui no Brasil, há quatro anos, por iniciativa da Associação Brasiliera de Psiquiatria institui-se o Setembro Amarelo. No estado, a sede da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) ficará iluminada da cor amarela, por 15 dias, afim de mobilizar a população. Acontecem ainda, uma série de atividades (veja quadro abaixo) direcionadas à população, médicos, estudantes de medicina e profissionais da saúde. A campanha ainda contará com a participação da artista mineira, Cida Mendes (Concessa). Em um vídeo, a personagem chama a atenção para a seriedade do assunto com uma conversa ao ‘pé do ouvido’, bem no estilo ‘mineirês’.
No 30 de setembro, de 9h às 12, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, será realizada uma caminhada, fechando as atividades, promovida pela Associação Mineira de Psiquiatria (AMP), com o apoio de voluntários do Centro de Valorização à Vida (CVV) e a participação da Banda Militar do Exército.
Para o presidente da AMP e da Abeps, Humberto Corrêa, o suicídio é um fenômeno complexo e não há respostas simples e reducionistas para explicá-lo. “Quase 100% dos casos estão associados a um adoecimento mental, sendo a depressão a doença mais frequentemente observada. Estudos nos mostram que a prevalência do comportamento suicida na população brasileira ao longo da vida vem mostrando que, 17% das pessoas no Brasil pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida”, frisa Corrêa.
Dados da tese de doutorado, divulgada em novembro de 2017 pela Universidade de São Paulo (USP) e de autoria de Fernanda Brenneisen Mayer, comprovam o aumento elevado da quantidade de pessoas que tiram a própria vida. Conforme o trabalho, que ouviu 1.350 alunos, de 22 universidades públicas e privadas de todo o país, o alarde atualmente está em torno do suicídio dos médicos e estudantes, mas não há estatísticas separadas e confirmadas somente para este grupo.
De acordo com o presidente da AMP, aspectos sócio demográficos podem ser levados em conta. O sexo masculino está associado a maior risco de suicídio. Em praticamente todo o mundo, exceto na China, homens suicidam cerca de três vezes mais do que as mulheres. Entretanto, elas tentam de três a quatro vezes mais do que eles. Em termos de faixa etária, os idosos, acima de 65 anos, são o principal grupo de risco para suicídio.
Acesse a cartilha Suicídio: Informando para Prevenir