As unidades de saúde de Minas Gerais receberão treinamento em diagnóstico de anafilaxia. Ela é considerada a reação alérgica mais grave e que pode levar a óbito.
A iniciativa é uma parceria entre a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia Regional Minas Gerais (Asbai-MG) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. O acordo foi estabelecido, dia 14 de maio, em reunião realizada na Cidade Administrativa.
O presidente da Associação, Fernando Monteiro Aarestrup, foi recebido pelo secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral Pereira da Silva, e pela coordenadora Estadual de Urgência e Emergência, Érika de Oliveira Santos.
De acordo com Aarestrup, os especialistas da Asbai MG serão os responsáveis pelo treinamento. Eles contarão com o auxílio de material didático específico e vídeo aulas.
“Todos os profissionais das Unidades de Pronto Atendimento de Minas Gerais serão capacitados. Assim poderão tratar a anafilaxia adequadamente. Daremos atenção especial ao treinamento de classificação de risco. Caso haja suspeita de anafilaxia, o paciente terá assistência médica preferencial e imediata”, explica.
O diagnóstico
Segundo o presidente, diagnosticar a anafilaxia não é difícil. Porém, muitos profissionais da área da saúde não conseguem reconhecer uma reação anafilática.
Outro dado importante é a orientação de que a adrenalina (epinefrina) no músculo vasto lateral da coxa é a droga de escolha para o tratamento. Quanto mais tempo demora para utilizar a adrenalina maiores as chances de óbito do paciente.
“Instruir o médico da urgência e emergência que o paciente deve ser encaminhado para o especialista em Alergia e Imunologia é muito importante para que seja investigada a causa (diagnóstico etiológico) das reações anafiláticas. Acreditamos que através do ensino podemos salvar vidas. Este é o propósito desta parceria da Asbai MG e o governo de Minas Gerais”, ressalta.
O que é anafilaxia?
Inegavelmente é uma reação alérgica aguda e grave, potencialmente fatal. Como consequência, se pessoa não for imediatamente tratada com adrenalina pode ir a óbito.
Vários fatores podem desencadear uma crise de anafilaxia, entre elas:
- ferroadas de inseto,
- alimentos,
- medicamentos,
- exposição a látex, etc.
O quadro clínico pode ser dramático e inclui igualmente:
- 'urticária gigante', geralmente acompanhada de angioedema (inchaço),
- comprometimento respiratório (como falta de ar, chegando à insuficiência respiratória),
- sintomas gastrointestinais (cólicas, vômitos e diarreia agudos)
- comprometimento cardiocirculatório, com hipotensão e choque, sendo que em questão de minutos o paciente pode evoluir para morte.
Adrenalina
A adrenalina é a única medicação capaz de salvar uma pessoa com anafilaxia. Inicialmente, pessoas de risco para anafilaxia nos EUA e Europa recebem prescrição de um dispositivo de adrenalina auto-injetável para que elas possam aplicar o medicamento. Assim suprem a necessidade de atendimento rápido, já que muitas vezes não há tempo hábil para chegar ao hospital.
“Infelizmente, no Brasil, ainda precisamos importar a adrenalina autoinjetável. Então, existe, hoje, uma campanha nacional liderada pelos médicos alergistas e imunologistas. O intenção é facilitar e regularizar o acesso da adrenalina autoinjetável no país. Enquanto isso, o melhor a fazer é orientar a população para procurar rapidamente o atendimento médico."
Fonte: Asbai